terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O Molecote Assistindo PlayTV

Muito se fala sobre essa questão da nostalgia. É comum vermos, no Facebook, aquelas postagens do tipo "quem não viu isso não teve infância" e coisas do tipo. Pro inferno com isso! O sentimento em si é muito mais legal do que apontar quem teve ou não teve infância.

Mas vamos dar um passo além. Eu sempre me senti veiaco, desde que eu tinha 14 anos, mas hoje, com 20, nem se compara. Tudo parece tão distante, cada segundo, cada momento. Ou será que apenas parecia ser maior com a percepção daquela época? Confuso, né? Hoje assisti Bleach na Play TV e me veio uma série de lembranças da época que eu tinha meus 15 anos. E esse feeling me fez voltar ainda mais atrás, nos meus 12 anos.



Nesta fase, eu era um típico pirralho que estava começando a conhecer cultura japonesa. O "desenho japonês" pra mim já era "anime", o joguinho do Play 2 tava além do Brazuca, Bomba Patch e derivados e meus desenhos, que antes tinham uma pegada mais "Cavaleiros do Zodíaco" estavam começando a ficar com uma pegada mais "dark". Sim, fui um gordo muito sozinho naquela época.

Então, uma das passagens que me flagrei lembrando esta manhã foi da Play TV, em 2007.
O canal abria por volta das 18h e fechava lá pela 00h30min eu imagino.
Pra quem sempre teve TV aberta com aquela programação muitas vezes de qualidade duvidosa ou que não batesse com seu gosto em tal faixa de horário (eram novelas mexicanas dramalhudas, R.R. Soares sugando dinheiro da crentaiada e algum programa genérico na Record) a Play TV veio como uma bênção, com programas sobre cultura pop, japa, games, música. Tudo o que a gente gosta na fase da puberdade (ou não).

Um dos animes que definiu pra valer minha fase de transição foi Cavaleiros do Zodíaco. Hoje tenho um grande carinho pela série, mesmo sabendo que "é ruim, mas é bom" e estava meio órfão da exibição na Band, em 2004, que acabava na saga do Santuário e resetava tudo de novo.
Achei muito louco que logo quando o canal abria, já vinha CDZ com uma nova abertura a qual eu nunca tinha visto (molecote que não pegou a época da Manchete) e com episódios que pra mim eram inéditos, poxa. Era a saga de Asgard, a qual alguns dizem ser "o filler menos filler de CDZ". Eu pirava nas armaduras, agora mais fieis às do mangá, com tiaras ao invés dos capacetes e, ah... SAIIIINTT SEEEEEIYYYYYAAAAAAAA!!!!





Lembro muito bem também do Combo Fala+ Joga. Pra quem não sabe, é um programa de entrevistas onde ambos, entrevistador e entrevistado(s) jogam videogame enquanto batem um papinho. "PORRA, GENIAL!!!", eu pensava. Sempre que meus amigos da época vinham em casa, ela era sinônimo justamente deste formato de conversa. E me identifiquei como anfitrião, achei muito bacana aquilo tudo.
Confesso que, por algum motivo, os horários pra assistir o programa nunca batiam com os meus. Não me recordo do motivo, se era pra dividir a internet discada do Pc velho pra não perder horário ou porque eu jantava mesmo, mas sempre gostei de ouvir as conversas e ver os jogos que tavam rolando no telão ali atrás.
Pra você ter ideia, veja a entrevista com o funcionário do filho do Deus do Metal. 




Depois de uns videoclipes vinha aquele que eu mais esperava. Ranma 1/2 arrebentava na comédia. Era muito divertido. Antes de prosseguir a leitura, entre no clima:



Ranma era um garoto que ao tomar um balde de água gelada virava mulher (!). E ao tomar um balde de água quente virava homem de novo. Eu nunca lembro da ordem, mas era com água. Ok.
Isso gerava situações muito engraçadas, que ficavam ainda mais cômicas com a porrada de personagens que tem na série, desde personagens que sofreram a mesma maldição de Ranma (como o pai que virava um panda que se comunicava com plaquinhas ou o cara que virava um porquinho da índia) até uns totalmente aleatórios como uma guria que era vilã e ginasta; um cara com uma espada de madeira que, se não me engano, amava o Ranma quando transformado em mulher mas tinha um ódio mortal do Ranma macho (sem saber que era a mesma pessoa, claro); e o meu preferido que já foi citado, Happousai, o velhinho baixinho tarado pra cacete que saia correndo pela vizinhança inteira roubando calcinha no varal da mulherada! O bicho era muito figura.
Nunca assisti a série até o final, mas dava muita risada.

Depois de algum tempo, o anime passou a fazer parte de um programa cuja proposta foi muito legal pra TV aberta na época. Otacraze (eu não lembro como escrevia), como o nome indica, era um programa que exibia animes em horário nobre (umas 23h) e, supostamente, sem censura. A apresentadora era um anime também e toda vez antes da exibição de algum episódio ela dava uma descrição do que iria passar. Tudo muito temático. Tinha Trigun, Love Hina, Samurai Champloo além, é claro, do próprio Ranma 1/2.
Foram tempos muito bons.
Veja a chamada e... moça, não me ofende não!




Umas 3 semanas depois, o canal passou a não fazer mais parte da TV aberta, creio que por deixar de pertencer ao grupo Bandeirantes, dando lugar para aqueles programas sem graça de uma tia de meia-idade vendendo joias com aquele baixo orçamento.

Hoje, na SKY, ele é o canal 181 e tá melhor do que nunca, com games, música, cultura pop e muito mais. Os excelentíssimos Death Note e Bleach estão sendo exibidos lá também. E tem o Mok, o Combo Fala+Joga e, enfim, só coisa boa, com aquele gostinho de jovem. Aproveita lá. E não, este post não foi patrocinado por eles.

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